19/01/14

O dia em que me tornei camponês


Em homenagem ao grande músico João Aguardela, que nos deixou há cinco anos, Manuel Halpern decidiu incluir o conto O dia em que me tornei camponês, escrito em Março de 2009, na rubrica Contos para Pulares do programa Indiegente.

Aqui fica então para o Indiegente de 17 de Janeiro, com o conto, lido por mim, mais ou menos aos 35 minutos. O texto pode ser lido aqui e aqui.


16/01/14

10/01/14

Thriller La Fontaine


Talvez só ela soubesse do sucedido.
Era fulcral que só ela soubesse.
Se a descobrissem, estaria tramada.
E se alguém a tivesse visto?
“Sei o que fizeste”, diriam.
“O que fizeste no Inverno passado”.
Mas quem poderia julgá-la?
Aquela cigarra nunca se calava!
No Verão só cantava, nada de trabalhar.
No Inverno só mendigava, nada de cantar.
Era sempre assim!
Já farta, convidou-a para jantar.
Serviu-lhe pão com cogumelos.
Deixou-a estrebuchar.
Enterrou-a no quintal.

(Publicado também aqui e aqui)

A Cigarra, a Formiga (revisitação)


A formiga passava os dias a trabalhar.
A cigarra passava os dias a cantar.
Dias frios.
A cigarra toca à campainha da formiga.
- Vizinha, não há comida na minha casa.
- Trabalhavas para a ganhar?
- Cantava para animar os dias.
A formiga tranca a porta.
Passam vários dias.
A formiga toca à campainha da cigarra.
- Vizinha, não há cantigas na minha casa.
- Não cantas para animar os dias?
O acordo final?
A cigarra vai a casa da formiga.
A formiga dá comida, a cigarra dá cantigas.

(Publicado também aqui)